Deficientes auditivos ouvem diferente em ambientes barulhentos

O mundo continua a ser um lugar barulhento, e os pesquisadores da Universidade Purdue descobriram que toda a vibração de fundo faz os ouvidos daqueles com deficiência auditiva trabalharem de forma diferente.

“Quando imersos no ruído, os neurônios do ouvido interno têm de trabalhar mais, porque eles estão espalhados”, disse Kenneth S. Henry, pesquisador no Departamento de Ciências da Fala, Linguagem e Audição da Purdue. “Pode ser comparado com ligar uma dúzia de televisões e pedir a alguém para se concentrar em um programa. O resultado pode ser confuso porque os neurônios se distraem com outras informações”.

“Estudos anteriores sobre como o ouvido interno processa o som não conseguiram encontrar conexões entre deficiência auditiva e codificação temporal degrada em fibras do nervo auditivo, que transmitem mensagens do ouvido interno ao cérebro”, disse Heinz, que estuda neurociência auditiva. “A diferença é que os estudos anteriores foram realizados em ambientes silenciosos, mas quando os mesmos testes são conduzidos em um ambiente ruidoso, existe uma diferença física na maneira como as fibras do nervo auditivo respondem ao som”.

A perda de audição significa que há danos nas células sensoriais da cóclea e, também, nos neurônios cocleares. A cóclea é a parte do ouvido interno que transforma os sons em mensagens elétricas para o cérebro.

Neste estudo, os pesquisadores mediram uma variedade de marcadores fisiológicos em chinchilas, alguns com audição normal e outros com uma perda auditiva coclear, enquanto ouviam tons em ambientes silenciosos e ruidosos. As chinchilas são usadas porque elas têm uma gama de audição semelhante aos seres humanos, e o ruído de fundo é usado para simular o que as pessoas ouvem em uma sala lotada.

“O estudo confirmou que não há qualquer mudança, mesmo para aqueles com perda auditiva, em termos de como os neurônios cocleares processam os tons no silêncio, mas ao adicionar o ruído de fundo, que se observou uma codificação diminuída da estrutura temporal”, Henry disse.

“Quando o ruído era parte do estudo, houve uma redução na forma como os neurônios eram sincronizados com a estrutura temporal bem”, disse Henry.

O sistema auditivo filtra o som em certo número de canais que são sintonizados para frequências diferentes, e os canais variam de acordo com a sua frequência de sintonização. Em um sistema normal, os canais são focados, mas eles ficam mais dispersos com deficiência auditiva.

“Agora que sabemos que um grande efeito fisiológico de perda auditiva é que as fibras do nervo auditivo são particularmente distraídas por ruídos de fundo, isso tem implicações para a pesquisa e para a clínica”, disse Heinz. Por exemplo, a maioria dos testes de audiologia, se é para pesquisa de laboratório ou testes de perda de audição, são feitos em ambientes tranquilos, porém para testar com fundos barulhentos e mais realistas é necessário, realmente, entender como o ouvido está processando o som. Isso também pode influenciar o design de aparelhos auditivos e tecnologias assistivas.

“Os designers estão, muitas vezes, trabalhando para melhorar a codificação temporal do sinal, mas esta pesquisa sugere que o foco principal deve ser na melhoria de algoritmos de redução de ruído para o aparelho fornecer um sinal limpo para o nervo auditivo”. .

“Estudo adicional é certamente necessário, e há outros que também estão olhando para as peças centrais do sistema nervoso.”, disse Henry. “Mas, na nossa última análise, descobrimos que a perda de audição deteriora a codificação temporal de sons com ruídos de fundo na cóclea, o nível mais periférico do processamento auditivo”.

Fonte:

http://www.sciencedaily.com/releases/2012/09/120911151934.htm

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